Quando eu te ligar...

Meu coração dispara enquanto digito o número do seu celular... Será que você vai atender? Quanto tempo terei para me acalmar antes de ouvir sua voz? Toda vez que te ligo essas perguntas rondam minha cabeça, mas só quando você atende é que eu me lembro das respostas: sim, você vai atender, e não, nem se eu tivesse todo o tempo do mundo seria capaz de me acalmar.

Meu coração começa a bater mais rápido e minha voz some por um instante, pelo menos até o seu “Alô?” me lembrar do meu objetivo, e então eu penso rapidamente em como devo me dirigir a você antes de falar alguma coisa. Será que devo dizer seu nome todo? Ou talvez seu apelido? Sempre me ocorre a ideia de te chamar de “amor”, como qualquer casal apaixonado faria, mas sempre desisto no meio do caminho e te chamo como uma amiga qualquer faria.

Sua voz parece distante, fria... Como se eu estivesse atrapalhando algo importante no qual você estava concentrado...

Eu rapidamente te cumprimento e invento um motivo qualquer para a ligação, não posso simplesmente dizer que queria ouvir sua voz, tenho medo que você ria e meu coração termine de se partir em pedaços...

Antes que eu me dê conta ficamos sem assunto, sua respiração impaciente do outro lado me perturba um pouco e faz com que eu me despeça rapidamente, sem lhe dar tempo de falar mais nada.

Esquecendo-me inclusive do porquê te liguei, das palavras que queria te dizer.

E num sussurro abafado pelas minhas lágrimas, eu digo novamente para mim mesma, "Eu te Amo".